Para tanto, há quatro caminhões, máquinas retroescavadeiras e três patrols trabalhando constantemente com uma equipe de 10 funcionários
Cuidar das estradas rurais, pontes e mata-burros, é um dos maiores desafios em municípios muito extensos como Caldas.
Buracos, valetas, erosões, falta de cascalho e mato, são exemplos de problemas conhecidos da população da zona rural e que necessitam constantemente de intervenção. Para este cuidado é preciso ter pessoal capacitado, maquinário e equipamentos de qualidade e com manutenção, que não é barata, sempre em dia.
Em Caldas, há cerca de três mil quilômetros de estradas de terra, distribuídos em mil quilômetros de extensão a serem mantidos constantemente. Sem contar os acessos restritos às propriedades, às pontes, passagens de gado e mata-burros, necessários para o trânsito de pessoas e animais.
Acompanhamos alguns momentos da manutenção das estradas nos últimos meses no Município e conversamos com alguns moradores. A sitiante Alessandra Anacleto Pereira, moradora do Baixão da Serra há 20 anos, nos contou sobre a variedade de produtos que passam pelas estradas do bairro que está entre o distrito de Santana e Poços de Caldas.
“Temos café, banana, leite e as verduras que são vendidas na feira, se os caminhões atolam, muita coisa pode perder”. Alessandra conta que seu esposo dirige uma van escolar, e seus filhos, assim como de muitos vizinhos, estudam na cidade. Ela diz que as estradas, bem mantidas como estão no momento, são garantia da segurança dos estudantes e economia na manutenção da van. “É muito triste pensar no salário da gente sendo gasto todo pra consertar o carro. Agora, as partes críticas foram caprichadas e pode vir a chuva que o caminho vai durar muito mais”, ela conta.
Em Caldas, as ações de manutenção das estradas se intensificaram nos últimos seis meses. Temporada de seca do ano, quando os trabalhos se desenvolvem melhor e duram por mais tempo.
A intenção da equipe é nivelar e cascalhar toda a extensão das estradas-mestras e vias de acesso às comunidades rurais até o final deste ano. E, gradativamente, alcançar todos os ramais, ou galhos de estrada, como eles chamam.
Para tanto, há quatro caminhões, máquinas retroescavadeiras e três patrols trabalhando constantemente com uma equipe de 10 funcionários. João Paulo lidera o departamento de manutenção das estradas rurais e explica que a equipe não para. “Temos uma sequência dos bairros que vamos cobrir, mas trabalhamos também atendendo às situações mais críticas ou de emergência que acabam acontecendo com frequência e interrompem o cronograma”, ele esclarece.
O prefeito municipal Alexsandro Conceição Queiroz nos contou que um rolo compactador está sendo comprado e “vai ajudar muito a melhorar a manutenção de nossas estradas”. Ainda segundo ele, em breve a equipe chegará a todos os trechos que ainda não foram recuperados, graças à sua equipe de trabalho e também pela participação de empresas parceiras que sempre doam muito material. “Somos muito gratos às doações recebidas por empresas aqui no município, lembrando da devastação que as enchentes causaram por aqui, esta parceria foi fundamental”, reconhece ele.
Dr. Alexsandro lembra que, “imediatamente após as enchentes, 26 pontes, 16 bueiros e vários aterros precisaram ser manilhados e refeitos, tudo rapidamente.
Acompanhamos a equipe na Bocaina, Santana, São Pedro, na parte da Vargem Limpa, nos Matos, no Rio Verde, no Bom retiro e parte de Laranjeiras e no patrolamento das estradas mestras até os Pereiras.
Passando pela Serra da Santana, conversamos com o Sr. Messias Pedro de Oliveira. O seu sítio é atravessado de um lado ao outro por uma estrada municipal. “A estrada está nota mais que 10”, brincou ele. Ele falou da dificuldade que já teve com algumas equipes que muitas vezes descuidam das cercas quando vão arrumar a estrada, e acabam deixando vãos e moirões quebrados. Contou também que faz questão de ajudar a manter a estrada, arrumando os rasgões que se formam nas épocas de chuva. “A estrada que passa aqui vem lá do Restaurante Fogão de Lenha e vai até a Santana, são uns seis quilômetros. Eu acho que a gente tem que ajudar, porque precisa limpar o caminho da enxurrada, roçar. A prefeitura vem, passa a máquina e cascalha. Mas a gente tem o dever de ajudar também”. Concluiu ele.
Foi possível notar que muitos sitiantes e produtores rurais ajudam na preservação das vias que utilizam, e que a equipe municipal está se dedicando. Mas a tarefa é constante e cobrir toda a extensão do Município é bastante demorado. Ao que se vê, parceria parece realmente ser o melhor caminho para garantir a segurança e o conforto do transporte de pessoas, produtos e animais pelas estradas de terra.