Desde que se tem registros documentais da Câmara de Congonhal, em 1960, apesar do município ter sido fundado em 1953, a primeira audiência publica da sua história foi promovida no último dia 05 de abril. Mais de 57 anos depois do início de suas atividades, esse encontro que objetiva aproximar o poder público da comunidade, foi realizado pelo Legislativo, sob a presidência da vereadora Rita Coutinho, para promover o diálogo com setores relacionados ao comércio ambulante de Congonhal, cuja regularização se faz necessária, depois de algumas divergências entre a instalação ou não de comerciantes ambulantes no entorno da Praça Comendador Ferreira de Matos, localizada no centro da cidade. A discussão sobre o tema também gerou um primeiro projeto de lei, apresentado no mês de Março, depois do Congofolia, pelo vereador César H. da Silva. Mas, diante da observância de alguns pontos que mereciam maior atenção antes de sua aprovação, a Presidente da casa sugeriu a realização da Audiência Pública, para procurar dissolver toda as dúvidas, e, como ela mesmo disse durante a reunião, por entender que o tema era bastante complexo.
A primeira pessoa a usar a tribuna da Câmara para expor suas considerações sobre o tema foi a Secretária de Assistência Social do município, Taís Cristina dos Santos Coutinho, que trabalhou durante alguns anos com as atividades da Cultura e defendeu a necessidade de se pensar nos comerciantes que não são ambulantes durante todo o ano, mas que têm as suas barracas tradicionalmente instaladas no Arraial que acontece todos os anos na cidade, e que teve seu inicio relacionado à manutenção de entidades como o Asilo e Pastorais da Igreja. Em seguida, a Diretora do Departamento de Turismo Izabel Taets defendeu a padronização das barracas para causar uma melhor impressão aos turistas. A Diretoria de Cultura do município, que realiza os eventos na cidade, também foi representada por sua Diretora Elaine C. de O. Ramos que levantou a necessidade de defender o comércio local na ocasião dos eventos, priorizando a liberação de alvarás para os comerciantes locais, independente de serem eventuais ou fixos, para garantir que os recursos sejam investidos no próprio município. A comerciante ambulante Josefina da Silva Reis, que há mais de 40 anos tem suas barracas instaladas em Congonhal elogiou a organização do evento Congofolia como exemplo a ser seguido nas próximas festas, e disse que “se for pra padronizar barracas, mas ter essa estrutura, que vale a pena”. A representante do grupo de barraqueiros da cidade, Renata Teixeira, falou sobre a necessidade dos barraqueiros se regulamentarem e unidos buscarem seus direitos. Falou sobre os registros da atividade de comerciante ambulante e que o grupo de Congonhal está aberto à padronização para que, juntos tenham apoio para participarem de cursos e formações que agreguem qualidade na prestação de seus serviços. Outro comerciante ambulante, Leandro de Andrade L. Martins também apresentou os direitos dos barraqueiros e ainda questionou alguns pontos do projeto inicial que fora apresentado na Câmara e que, segundo ele, são incompatíveis com a realidade local. É o caso, segundo o barraqueiro, da estipulação da modalidade de licitação para o uso de barracas. Ele disse que esse procedimento encareceria demais os custos para os barraqueiros de Congonhal, algo que desestimularia a classe. Alguns comerciantes fixos do município estavam inscritos para fazerem suas colocações, mas nenhum compareceu.
Após a apresentação dos cidadãos civis, foi a vez dos vereadores fazerem suas colocações sobre a regularização do comércio ambulante e onde ficou bem claro que o assunto ainda precisará de mais reuniões e apresentações para ser encerrado da melhor maneira possível, ou seja, garantindo o sucesso nas atividades de comerciantes e harmonia com o poder público.