A simpática D. Carminha, de 94 anos, contou ao Jornal das Gerais a história que lhe rendeu seu segundo livro. Que conta como era a colônia de Padre José Bento, como era chamada uma das 4 colônias que existiam em MG no início do século XX. Com a riqueza de datas, números, nomes completos, detalhes deliciosos que nos fazem embarcar numa viagem pelos anos de 1930 em diante, nos imaginando numa vila onde havia 150 lotes distribuídos a famílias de imigrantes que vinham tentar a sorte no Brasil, muitas vezes, fugindo das guerras. E é sobre a 2ª Guerra Mundial que Dona Carminha, inclusive, conta como foi a recessão, o racionamento de mantimentos enfrentado pelas famílias brasileiras, inclusive, a dela. Tem ainda os testemunhos de como a função do pai de D. Carminha, administrador da Colônia, impactava diretamente a vida da família. Até contraventores ficavam “presos” na sala da residência, até amanhecer o dia, e serem levados à delegacia mais próxima. As histórias do trem de Bugari, estação ferroviária que ficava em Borda da Mata, e era o meio de transporte mais eficiente, à época, para ligar a região até outros centros maiores. Toda a história da formação de Senador José Bento e de outros municípios vizinhos nesse bate papo delicioso, e riquíssimo que serve de lição às novas gerações: é preciso valorizar nossa história!, como aconselha a própria entrevistada.