Meteorologistas afirmam que foi mesmo um tornado que atingiu Sta Rita de Caldas na manhã desta terça-feira

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Quando a nuvem tipo funil toca o solo, o tornado está caracterizado

 

Depois do susto causado a moradores do município de Santa Rita de Caldas, por volta das 10 horas da manhã desta terça-feira, 17 de novembro, com a formação de uma nuvem do tipo funil, meteorologistas analisaram as imagens e afirmam que foi mesmo um tornado que atingiu a região.

O meteorologista do INMET, Lisandro Gemiacki foi um pouco mais precavido, e disse que pode ser que tenha sido um tornado.

“Pelas fotos e pelos estragos é um tipo de “nuvem funil” que pode ou não ter evoluído para um tornado, que é quando essa nuvem toca o chão, pelos vídeos e pelas fotos não dá pra saber. Tornado geralmente é um fenômeno de pequena escala associado a uma nuvem de tempestade que geralmente atinge um bairro ou uma cidade. Pelas fotos e pelos estragos, tudo indica que ele tocou o chão e que pode realmente ter sido um tornado, mas teria que se avaliar o rastro de destruição e fazer uma avaliação detalhada do local para ter certeza. Mas os estragos foram impressionantes”, afirma o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia.

Já os meteorologistas do SINGE (Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais) Guilherme Schild e Lais Alves Santos não têm dúvidas. Para eles, a nuvem tocou o solo, caracterizando o fenômeno como tornado, exatamente na propriedade da Dona Margaria, no bairro Ribeirão Fundo, zona rural do município de Santa Rita de Caldas.

Considerando-se a avaliação conjunta feita, até o momento, dos níveis de destruição e dos tipos (e práticas) de construção e de vegetação afetadas pelos ventos, estima-se que o tornado tenha atingido em alguns pontos uma intensidade máxima F0 na escala de Fujita (ventos de, no máximo, 117 km/h).

Segundo os especialistas, o Radar São Roque detectou a movimentação de tempo severo no entorno do município de Santa Rita de Caldas e célula convectiva às 9h35min, se deslocando para leste/nordeste. Ainda de acordo com os meteorologistas, e laudo emitido por eles, entre 09:45h e 09:55h LT a tempestade passa sobre a propriedade rural na qual o tornado foi registrado, causando destelhamento e quedas de árvores de médio porte. A célula intensifica-se logo em seguida, passando por uma divisão celular (split-cell) com assinatura de granizo. (refletividade acima de 50 dBz nos médios níveis da nuvem) no radar, indicativo de seu potencial de severidade.

As imagens aéreas evidenciam os danos com caráter convergente e linear, característicos da atuação de um tornado. Árvores decepadas no entorno e telhas da estrutura superior da propriedade arremessadas no mesmo sentido da queda das árvores. Outra característica de dano de um tornado pode ser visualizada na vegetação na parte superior, que permanece intocada em oposição ao cenário de danos na parte inferior, região por onde o tornado toca o solo num rastro de danos bem estreito. De acordo com a moradora, as janelas da propriedade foram sugadas para fora e apresentam um padrão retorcido.

Na imagem do satélite fornecida pelo INMET, a movimentação no município é um pequeno ponto destacado no mapa, classificado pelos especialistas como um fenômeno “de tão pequena escala que nem aparece direito”. Imaginem a força da natureza? Se aparecesse então?

 

Moradora atribui a proteção a um milagre de Santa Rita

Muitos moradores do município de Santa Rita de Caldas avistaram a nuvem que chamou a atenção pelo aspecto de funil, encobrindo parte do céu de Santa Rita na manhã de terça feira, 17/11. Mas, nenhum outro sentiu tão na pele os efeitos da ventania como a Dona Margarida, moradora de um sítio localizando no Bairro do Ribeirão Fundo, zona rural do município. A casa dela, com o esposo, foi totalmente destelhada com a ação do vento que passou pelo local. As telhas foram arremessadas longe. Tinha pedaços de lona, de tanquinho de lavar roupas a dezenas de metros morro acima.

“Era umas 10 horas da manhã, mais ou menos. Meu marido tinha acabado de sair pra fazer compra na cidade. E eu vi aquela nuvem, aquele funil se aproximando de casa. Foi aí que eu corri pra dentro, fechei as janelas e me ajoelhei na cozinha, e comecei a rezar para Santa Rita, a santa da qual sou devota” conta Dona Margarida. Muito simples, mas sempre com um sorriso no rosto, apesar de todo o transtorno, ela disse que atribui sua proteção a um milagre de Santa Rita. “Só ficou o telhado em cima da minha cabeça sem descobrir”, diz ela emocionada.

Ela ainda fez questão de pedir a nossa reportagem que avisasse aos filhos, que moram em outro estado, que ela e o marido, estavam bem! E que foram só danos materiais.

 

Uma oportunidade para a generosidade


Poucas horas depois do susto de ter vivido a experiência de ter enfrentado, sozinha, um tornado, trancada dentro de sua residência, a Dona Margarida, viu crescer quase que, com a mesma velocidade do vento, outro movimento: mas este, muito mais generoso e caloroso: Dezenas de voluntários foram até o local depois que as imagens dos estragos causados na casa dela terem percorrido os grupos da região.

Esses voluntários, dentre eles, um proprietário de material de construção, chegaram levando a força que tinham e as telhas para reformarem o telhado que foi totalmente destruído. No meio da tarde, a casa já estava novamente coberta.

Muito feliz, no entanto, bastante confusa ainda com tudo o que aconteceu em um único dia, Dona Margarida ficou preocupada mesmo em não nos dar um café! Já que tudo estava revirado. Mas, fica para um outro dia o café Dona Margarida!

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