Começou com uma rachadura. Ontem, 13/01, cabia o pé de uma pessoa. Hoje, no sábado, 14/01/23, a fissura formada no asfalto, com o desnível na pista, a altura do KM 67,9 da BR 459, no trecho de Senador José Bento, já cabe o pé e a perna de uma pessoa: ou seja, em pouco mais de 24 horas, os buracos estão aumentando a olhos nus, em tamanho e em profundidade. Já não se consegue mais passar pela pista sem diminuir, e muito, a velocidade. E mesmo assim, o impacto causado com o desnível no solo é grande. E perigoso para os motoristas que usam esta importante via que liga as cidades de Poços de Caldas à Pouso Alegre e todo o Vale do Paraíba, já no interior de São Paulo.
O bairro rural onde fica esta extensão de terra está todo apreensivo. Moradores questionam diariamente sobre uma possível interdição, para evitar danos maiores. Existem residências pro lado de cima da pista, e até uma igreja.
No dia 06/01, poucos metros abaixo desse local da pista que agora está cedendo, um barranco já deslizou soterrando uma residência que ficava no pé do morro. Por sorte, a casa era utilizada mais aos finais de semana, e não havia ninguém no imóvel no momento do acidente. 4 animais da propriedade morreram soterrados. Agora, toda esta faixa de terra acima do desabamento parece estar descompactada e refletindo essa instabilidade no asfalto, onde a circulação de veículos e o peso de cargas que ali trafegam tem danificado a sua estrutura de maneira muito significativa, de um dia para o outro. Abaixo da pista, o solo está apresentando rachaduras grandes, indicando que o problema é bem maior do se pode prever. Parece que toda a área está ocada por baixo. Nos últimos anos, o trecho precisa de manutenção na época das chuvas, por afundar.
As autoridades estão cientes do problema. Ao menos, é essa a informação fornecida pela Polícia Rodoviária Federal que mantém um grupo de comunicação com a imprensa e nos atualiza diariamente. Ela informou que o DER- Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais foi comunicado e também, o Ministério Público, sobre o problema.
Hoje tivemos acesso a um áudio de um diretor do DER- MG (neste mesmo grupo mantido com a imprensa) onde um diretor, que não teve a identificação divulgada, diz que não há previsão, ao menos por enquanto, de interdição da pista. Esse diretor alega no áudio que “os representantes do DER regional quase foram linchados, na semana passada, com a interdição de outro trecho da BR 459, um quilômetro acima deste trecho, com a queda de uma encosta. Os vídeos que circulam na internet mostram realmente alguns motoristas que tiveram a passagem interditada sendo bastante hostis com autoridades, inclusive, as do município de Senador José Bento, que não têm competência sobre o trecho, mas estavam no local apenas auxiliando. E foram acusados de negligência.
Enquanto isso, não foram feitas obras realmente significativas no trecho que pudessem resolver o problema. Uma operação muito modesta foi realizada na quinta-feira, 12/01, por membros do DER, que colocaram massa asfáltica por sobre as fissuras da pista. Mas, veio a chuva forte no fim do dia e tudo rodou, novamente.
Nessa operação de “secar gelo”, o trânsito no local continua inalterado, com uma fraca sinalização por enquanto, mesmo com todo o risco. E a concessionária que administrará o trecho, já que a BR foi privatizada em agosto de 2022, e que, provavelmente, será a responsável por realizar obras que venham realmente a sanar o problema, só começa a operar, segundo sua assessoria, a partir de 15 de fevereiro.