Outras macrorregiões também avançaram no combate ao Coronvavírus, depois de um mês de adoção de medidas mais rígidas, na implantação da chamada onda roxa
Depois de um mês de implantação da chamada onda roxa, o Comitê de Enfrentamento ao Covid do Estado, junto com o Governo de Minas, decidiu por progredir a região do sul de Minas para a onda vermelha, um pouco menos rígida nas ações de combate ao Coronavírus.
Além do sul de Minas, as macrorregiões de Saúde Norte, Sudeste e Jequitinhonha e as microrregiões de Betim, Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu poderão avançar para a onda vermelha do plano Minas Consciente.
Segundo a agência de Notícias do Estado, “com a decisão, metade das macrorregiões do Estado ficará na onda vermelha, enquanto a outra metade segue na onda roxa, a mais restritiva do plano, por pelo menos mais uma semana. Triângulo do Norte, Triângulo Sul e Noroeste, que já estavam na onda vermelha desde a última segunda-feira (9/4), permanecem nesta fase”.
“Obtivemos melhorias de indicadores, o que possibilitou as decisões técnicas por parte da Secretaria de Saúde. Mas é preciso lembrar que estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de Saúde estão cansados e as vagas são poucas. Por isso precisamos tomar todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus. Dobramos o número de leitos de UTI e de Enfermaria em Minas Gerais, mas o aumento de casos nessa segunda onda exige toda cautela”, afirma o governador Romeu Zema.
Na última semana, Minas Gerais registrou aumento de 4,01% no número de casos e 6,81% nos óbitos, o que justifica a progressão de onda apenas nas regiões que apresentaram melhores resultados na incidência da doença e também na ocupação dos leitos. A positividade da covid-19 está em 44% em todo o Estado.
Resultados da onda roxa
Ainda de acordo com a Agência Minas, “o isolamento e as medidas restritivas da onda roxa geraram resultados positivos nas macrorregiões que poderão progredir para a onda vermelha. Jequitinhonha, por exemplo, está com a taxa de ocupação UTI exclusivo Covid em 72%, enquanto a região Norte registra 83% de ocupação.
Em relação às microrregiões, as cidades da Grande BH poderão avançar de onda após haver uma redução na fila de pacientes por leitos de UTI, assim como a micro de Manhuaçu, que também controlou a incidência da doença após ter entrado há mais de um mês na onda roxa do Minas Consciente”.
Na avaliação do secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, a incidência da doença em algumas macrorregiões segue alta, o que indica a necessidade de manutenção da onda roxa em parte do estado. Em contrapartida, já é possível sentir o impacto das medidas mais duras de restrição em algumas regiões após mais de um mês da onda.
“Em algumas regiões qualquer variação no número de casos pressiona o sistema de Saúde. Mas a progressão decidida pelo Comitê leva em consideração a chegada de medicamentos (sedativos do kit intubação), o que nos dá uma melhor perspectiva no atendimento. E, pela primeira vez em um mês, temos macrorregiões com leitos vagos, o que permitirá a movimentação de pacientes”, destaca o secretário.
Impacto da vacinação
Durante a reunião do comitê, o secretário indicou ainda o impacto da vacina nos óbitos dos idosos em Minas. Segundo ele, as mortes vêm diminuindo nos grupos que receberam mais doses do imunizante, especialmente nos idosos acima de 80 anos. “Antes o óbito chegava a 8% nos grupos de mais idade e agora está em 3%. Em maio nossa expectativa que é que a média de internação e óbito do grupo mais vulnerável caia ainda mais”, ressalta Baccheretti.
Deliberações
O Comitê Extraordinário aprovou duas revisões na Deliberação 130, que regulamenta o Minas Consciente.
A primeira delas, atendendo a pedido do Ministério Público do Trabalho em conjunto com Ministério Público de Minas, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União, definiu pela suspensão dos jogos de futebol nas macrorregiões que estão na onda roxa do plano.
A segunda deliberação reforça a proibição de consumo interno nos estabelecimentos comerciais, como lanchonetes e padarias, “priorizando o funcionamento interno e a prestação dos serviços na modalidade remota e por entrega de produtos”.