Lamentavelmente, o que era pra ser uma noite marcada pelo espírito desportivo, depois de um campeonato de partidas com muita qualidade técnica, foi palco da acusação de um crime que choca a sociedade onde quer que ele ocorra. Seja em grandes estádios europeus ou no Estádio Professor Licurgo Costa, em Ipuiuna.
Nesta sexta-feira, 21/03, nesse local, ocorreu a final da 3ª edição da Copa Matos de Futsal, com a decisão entre os times do Porto, de Pouso Alegre (MG) e Riviera Red Bull, de São João da Boa Vista (SP). E como toda a final, os ânimos estiveram bastante exaltados. O que, até certo ponto, é considerado normal pra uma partida final de campeonato.
Até que na metade do segundo tempo, quando a partida já estava sendo vencida pelo time do Riviera, que acabou se consagrando campeão, após um desentendimento em campo, que levou à expulsão de um jogador do Porto, uma torcedora do Riviera teria chamado esse jogador expulso de “macaco e baleia preta”, segundo o boletim de ocorrência, e algo que foi testemunhado por outros torcedores presentes no Estádio. O jogador ofendido então acionou a Polícia que estava no recinto, e o jogo ficou interrompido por alguns minutos, durante atendimento da ocorrência. A partida foi retomada em seguida.
Mas, após o apito final, o jogador que teria sido ofendido fez questão de lavrar um boletim de ocorrência e o caso foi retomado fora do Estádio, no destacamento da Polícia Militar de Ipuiuna.
Segundo a Polícia, a torcedora acusada tem 25 anos e foi presa pelo crime de injúria racial, crime inafiançável e que prevê uma pena de reclusão de 2 a 5 anos, e multa. Além de inafiançável, o crime de injúria é imprescritível.
Como estávamos fazendo a cobertura da final do campeonato, com uma única repórter em campo, e os tramites do Campeonato, como a premiação, e entrega de troféus continuou a ocorrer, mesmo com o acontecimento vergonhoso fora de quadra, e a ocorrência só terminou na madrugada deste sábado, nós não conseguimos falar com o atleta que foi ofendido, nem com a acusada, ou com advogado que a represente. Mas, o espaço está aberto para a manifestação de ambos.
A organização do Campeonato emitiu nota nas redes sociais onde repudia qualquer ato de racismo, discriminação ou intolerância. A nota diz ainda que a organização aguarda a investigação das autoridades competentes para tomar as medidas cabíveis.
Lamentamos, porém, que o que era pra ser uma noite onde reinasse o esporte e o bom futebol, tenha que ser marcada por algo tão ruim e que não contribui em nada para a imagem que queremos que as dezenas de crianças presentes no Estádio tenham do esporte. Afinal, esporte é pra elevar as pessoas, a ensina-las a superarem seus próprios desafios. A ensina-las a pertencer a um grupo e encorajá-las sem nunca, jamais, porém, incentivar o racismo, o preconceito e a violência! Uma pena!
Polícia Civil não ratificou o flagrante
Fomos informados, após a postagem da matéria, que a moça acusada de ter cometido injúria racial foi liberada após ser ouvida na Delegacia de Poços de Caldas. Segundo fontes não oficiais, o Delegado não ratificou o flagrante porque teria ficado com dúvidas quanto a alguns aspectos descritos pelas testemunhas.
Aspectos que já sabemos onde o simples fato da cor pele diz se ela deve ou não ser presa espero que pelo menos os organizadores desse campeonato utilizem as câmeras e filmagens pois com certeza foi filmado esse ato e ajude a prender essa pessoa.
Pois imagina se fosse ao contrário o acusado tivesse ameaçado a branquinha o que o mesmo estaria enfrentando nesse momento e deixo aqui que isso também foi vergonhoso pois foi um ato num campeonato regional onde era fácil identificar o acusado, pq não parou o mesmo e fez todos os trâmites cabíveis para que essa moça pagasse pelo seu crime.
Enquanto houve esse tipo de atitude igual dos organizadores haverá esse tipo de situação depois passamos a fazer justiça com as próprias mãos seremos julgados acusados ou até mesmo rotulados de agressivos e outras barbaridades, mas quando esperamos uma solução recebemos isso…
Ainda mais tratando de um crime sem fiança